Nesse caso a polícia irá imediatamente comunicar o fato a todas autoridades de fronteiras (Polícia Federal, Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários, Ferroviários e Hidroviários, Polícia Rodoviária e companhia de transportes intermunicipais e Interestaduais.

A ocorrência pode ser feita a qualquer tempo, não existe prazo mínimo. A decisão de registrar é da FAMÍLIA, afinal a rotina do desaparecido é de conhecimento dos amigos e parentes!

Se a rotina mudou, não responde aos contatos, não está onde deveria na hora que deveria, então não pense duas vezes, cada segundo pode ser precioso.

A polícia nunca esquece, as buscas só terminam quando o desaparecido é encontrado. Só que agora as buscas ganham um importante reforço, pois será acionada a Perícia Oficial, que através de muita tecnologia e ciência poderá ajudar a encontrar seu parente.

A família será encaminhada a um órgão pericial, geralmente o IML, para que se conheça um pouco mais das características do parente desaparecido.

O Instituto Médico Legal atende mais casos de pessoas vivas do que mortas. Neste caso, será realizado um acolhimento da família, onde serão levantados dados físicos, marcas ou tatuagens, dados biométricos, registros odontológicos e uma procura por objetos ou parentes que possam doar material biológico para extração de DNA.

Lembre-se que cada detalhe é importante nesta hora. Tenha em mão seus documentos e o máximo de contato que conseguir, afinal se tivermos informações você vai querer ser o primeiro a ser informado.

Já do desaparecido é importante levar, sempre que possível:

• Documentos pessoais, se estiverem com fotos e digitais, muito melhor;
• Fotografias, quanto mais melhor. Se tiver alguma foto da pessoa de frente e sorrindo é muito importante também. Não esqueça de avisar há quanto tempo a foto foi tirada, quanto mais recente, melhor;
• Objetos pessoais, neste caso tenha certeza de que é de uso exclusivo. Podem ser escovas de dentes, barbeadores, roupas íntimas ou até mesmo aquele dentinho de leite que a mamãe guardou. Nestes objetos podem ter traços biológicos preciosos de DNA, que serão extraídos e ajudarão bastante em nossas buscas.
• Familiares consanguíneos (de sangue), neste caso quanto mais melhor. Durante a acolhida será verificado quais serão os mais indicados para a coleta de DNA.

A Perícia Oficial possui um banco de perfis genéticos que cruzam informações de famílias em busca de desaparecidos com perfis genéticos de pessoas ou corpos sem identidade conhecida.

O objeto de uso pessoal da pessoa desaparecida pode conter material biológico (ex. escovas de dentes, barbeadores) que será usado para obter o DNA como se fosse o próprio desaparecido. Mas se não tiver algum objeto não se preocupe, é possível realizar a procura através dos familiares.

Por isso será agendada a coleta de DNA dos familiares no Instituto de Genética Forense.

Nesse caso quantos mais gente melhor. Familiares de primeiro grau levam preferência.

Devem ser coletados, preferencialmente, dois familiares, seguindo a ordem de preferência: (1) pai e mãe; (2) filho(a) e pai/mãe do filho(a); (3) irmãos. No caso de irmãos, quantos forem possíveis.

Durante o atendimento, basta você informar no ponto de coleta, que os atendentes irão registrar a informação para providenciar a coleta na localidade em que ele(a) se encontra.

Se estiver em alguma cidade do Maranhão será mais fácil, pois temos unidades policiais ou periciais espalhadas pelo estado. Já se a família possuir parentes em outros estados, existe uma rede de laboratórios de genética que poderá nos ajudar.

Você deve informar esta condição no ponto de coleta, assim os atendentes poderão providenciar a coleta no local onde a pessoa se encontra, se for o caso

É muito simples, basta que você tenha em mãos:

• Registro de ocorrência de desaparecimento na polícia (do Maranhão ou de outro estado);
• Documentos pessoais;
• Termo de consentimento para o exame, assinado no momento da coleta.

Sim, desde que acompanhada pelo seu responsável legal, afinal precisamos de um adulto para assinar o termo de consentimento.

A coleta é rápida e indolor, não é necessário nenhuma preparação anterior.

Será utilizado como coleta preferencial a mucosa oral, mais conhecida pela saliva, através de um suabe (cotonete), por isso fique atento, é importante evitar comer alimentos gordurosos, fazer uso de tabaco ou bebidas com corantes (ex.: sucos e refrigerantes).

Se você estiver com sintomas ou suspeitas, informe ao atendente, que iremos realizar a coleta através do sangue. Mas não se preocupe, é na pontinha do dedo e nem dói!

Agora, se infelizmente seu caso é positivo para o Covid-19, é melhor ficar em casa, ligar para os telefones de informações e solicitar um agendamento.

Melhor se cuidar e aguardar a quarentena em casa, logo poderemos realizar esta coleta em segurança.

A amostra vai para o Instituto de Genética Forense, onde os Peritos Criminais providenciarão a extração desse DNA e essas informações genéticas serão inseridas num banco de perfis genéticos de pessoas desaparecidas.

O Instituto de Genética Forense compartilha os dados genéticos com uma rede nacional, chamada de RIBPG – Rede Integrada de Banco de Perfis Genéticos, onde ocorrem buscas semanais em todos estados parceiros.

Atualmente a RIBPG possui 20 estados compondo esta rede, e isso tem ajudado centenas de famílias a encontrarem seus parentes.

A Perícia Oficial utiliza um software desenvolvido pela Polícia Federal Americana – FBI, que tem a capacidade de realizar diversos cruzamentos e conseguir encontrar pessoas em situação de desaparecimento, ou ainda cadáveres de identidade ignorada, com familiares que estão à procura de parentes desaparecidos.

As pesquisas ocorrem rotineiramente entre os laboratórios integrantes da RIBPG, porém caso haja necessidade, poderão ser realizadas buscas com a parceria da INTERPOL – Polícia Internacional, que auxilia a polícia em seus 194 países membros na luta contra o crime transnacional, disponibilizando ferramentas e serviços para o intercâmbio global de dados policiais, incluindo dados genéticos forenses.

O seu DNA será utilizado EXCLUSIVAMENTE para busca de pessoas desaparecidas.

Existe legislação que protege o uso dessa informação genética somente para pesquisa de familiares. Fique tranquilo!

Atualmente existem mais de 3.000 familiares cadastrados no Brasil.

Já as informações de cadáveres de identidade ignorada passam de 4.000. Ou seja, existem pelo menos 4.000 famílias com seus parentes “encontrados”, mas elas ainda não doaram material genético para promovermos o fim dessa busca.

Aqui no Banco de Perfis Genéticos do Maranhão, aproximadamente 80 corpos estão cadastrados aguardando as famílias serem cadastradas geneticamente.

Ajuda muito! Se os familiares possuírem fotografias, elas podem servir para fazer um “retrato falado” com projeção de envelhecimento, ou seja, se decorreu muito tempo entre a data do desaparecimento e o momento atual, as feições do rosto vão mudando e é preciso atualizar essa foto, fazendo uma estimativa da idade atual.

Se infelizmente tivermos ocorrência de óbito, a foto também pode ajudar no reconhecimento dos restos mortais. Por isso traga o maior número de fotos, seja impressa ou digital.

Todo esse trabalho será realizado pela Polícia Federal, que atua como parceira nessa busca.

Caso seja encontrada a pessoa desaparecida em vida, seja pela investigação policial ou alguma vínculo genético, os peritos vão fazer um laudo e notificar o Delegado de Polícia e o IML. Eles entrarão em contato com sua família informando o aparecimento.

No caso de cadáveres, o IML notificará ao Delegado de Polícia e aos familiares, então providenciará a entregará o corpo e fará a declaração de óbito.

O perfil genético da sua família só será retirado do banco após a identificação do seu parente ou pela manifestação expressa da família.

A Delegacia será informada e essa estatística positiva irá alimentar esperanças em outras famílias que compartilham o mesmo sofrimento.